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Foto do escritorKosop Clínica Médica

Obesidade, tudo se inicia na infância (e antes dela).

Atualizado: 26 de mai. de 2019



Pesquisas recentes mostram que 1 a cada 5 adultos brasileiros apresentam obesidade. Muitos, chegam na vida adulta e ao perceberem que estão com excesso de peso buscam por alternativas de emagrecimento rápidas e milagrosas. Mas, como ter um emagrecimento consciente e sustentável a longo prazo com procedimentos de curto prazo? É preciso entender que a obesidade desenvolve-se de forma gradativa, ao longo dos anos, e inicia muito antes do que imaginamos: na formação fetal, no período gestacional. Portanto, seu tratamento não acontece de forma imediata.


Diversos estudos têm mostrado que o peso pré-gestacional, ganho de peso no período gestacional, hábitos alimentares e saúde intestinal da mãe interferem na expressão gênica e consequente desenvolvimento da obesidade na infância e vida adulta. O aleitamento materno assim como a introdução alimentar nos primeiros anos de vida contribuem para formação de vínculos, inclusive emocionais, com o alimento. O contato com o alimento, as diversas formas de preparação, as diferentes consistências, assim como o local de realização das refeições são fundamentais para despertar o olfato, tato e paladar, assim como aprimoramento das sensações de fome e saciedade e consequentemente formação de hábitos alimentares, os quais repercutirão durante toda a vida. Nascemos, crescemos, nos tornamos adultos. E, com isso, não podemos esquecer que a alimentação dos primeiros dias de vida pode influenciar em todas as outras fases da nossa vida.


Ah, não podemos deixar de apresentar algumas dicas fundamentais que auxiliam na prevenção do excesso de peso na vida adulta:


- Os primeiros mil dias de vida de um bebê são os mais importantes na formação dos hábitos alimentares. Sempre que possível, opte pelo aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade. Ao iniciar a introdução alimentar, prepare uma alimentação bem distribuída entre todos os grupos alimentares: frutas, hortaliças, cereais, leguminosas, fontes de proteína animal e vegetal. Quanto mais colorida e variada a alimentação da criança, maior será o aporte de nutrientes, especialmente vitaminas e minerais.


- Se a criança recusar determinado alimento no início da introdução alimentar, não desista! São necessárias pelo menos 8 tentativas antes de excluir o alimento do planejamento alimentar da criança.


- Respeite os sinais de fome e saciedade da criança. Não force o consumo extra de alimentos.


- Estabelecer horários e locais tranquilos para as refeições é uma ótima estratégia para uma vida saudável. Evite estar em ambientes com tablets, televisão, música alta.


- Ensine seu filho desde pequeno a fazer seu planejamento alimentar e frequentar feiras e supermercados.


- Lembre-se que um transtorno alimentar pode começar com excesso de restrições. Portanto, permita seu filho escolher de forma consciente alimentos que lhe trazem prazer.


- Na adolescência, há necessidade de conscientizar os adolescentes quanto às escolhas alimentares. Alimentos altamente calóricos e com baixo teor nutricional (baixo teor de fibras, vitaminas, minerais…) podem contribuir para o aumento do peso e desenvolvimento de diversas comorbidades como hipertensão arterial e diabetes.


- Lembre-se que refrigerantes e bebidas alcoólicas não trazem nutrientes ao nosso organismo, apenas calorias, as quais consideramos calorias vazias.


Caso você chegou na vida adulta e parou para rever os hábitos alimentares formados nas fases anteriores da sua vida e percebeu que as dicas acima não foram levadas a sério, lembre-se que nunca é tarde para modificar de forma consciente e saudável os hábitos alimentares e o estilo de vida.

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